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Josias de Souza

Capitão impõe a Moro rotina de ‘bola nas costas’

Josias de Souza

07/09/2019 00h36

Numa palestra feita em dezembro do ano passado, Sergio Moro disse que topou integrar o governo de Jair Bolsonaro porque estava "cansado de levar bolas nas costas". De duas, uma: ou o ex-juiz da Lava Jato está arrumando as gavetas ou o personagem que está sentado na cadeira de ministro da Justiça é um sósia de Sergio Moro, pois o lançamento de bolas nas costas tornou-se uma espécie de esporte preferido de Bolsonaro. A indicação de Augusto Aras para o posto de procurador-geral da República é parte dessa rotina.

Dizia-se que Bolsonaro não ousaria escolher o sucessor de Raquel Dodge sem consultar Moro. Escolheu. Afirmava-se que jamais indicaria um nome que não tivesse a simpatia da força-tarefa da Lava Jato. Os procuradores de Curitiba enxergam em Aras a figura de um adversário doméstico. A julgar pela reação de parlamentares da banda encrencada do Congresso, o apoio do novo procurador à maior operação anticorrupção já realizada no país é apenas retórico. (assista ao comentário abaixo)

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.