Alta do petróleo testa prestígio de Paulo Guedes
O ataque às instalações petrolíferas da Arábia Saudita não testará apenas a política de preços da Petrobras. No limite, a disparada no preço do óleo no mercado internacional servirá para esclarecer como anda o prestígio de Paulo Guedes junto ao chefe. Há cinco meses, o ministro da Economia teve de molhar o paletó para desfazer a lambança de uma intervenção de Jair Bolsonaro num reajuste de preço do diesel. Agora, dependendo das dimensões da crise, o Posto Ipiranga será desafiado a obter de Bolsonaro um comportamento de presidente da República, não do sindicato dos caminhoneiros.
Em tese, a instabilidade provocada pelo ataque à Arábia Saudita pode beneficiar o Brasil. Primeiro porque tende a elevar o interesse de grandes companhias pelo leilão de petróleo do chamado excedente da cessão onerosa —aquela venda que a Petrobras fará, provavelmente em novembro, das áreas petrolíferas que incorporou ao seu patrimônio em 2010.
De resto, a conturbação tende a beneficiar também o plano de venda de pelo menos oito refinarias da Petrobras. Mas a compra de refinarias pode se revelar um negócio arriscado se os interessados perceberem que os preços da Petrobras são regulados não pela variação da cotação no mercado internacional, mas pela conveniência política de Bolsonaro. É nesse ponto que entra Paulo Guedes.
Ao travar um reajuste de óleo em abril, Bolsonaro promoveu um ruído que resultou na perda do valor de mercado da Petrobras da ordem de R$ 32 bilhões. Desde então, a equipe econômica finge acreditar que Paulo Guedes obteve finalmente a conversão do intervencionista Bolsonaro ao evangelho do liberalismo. Dependendo da extensão da crise atual, vai-se descobrir se Guedes e sua equipe estão mesmo se autoenganando ou se há alguma chance de Bolsonaro ter virado uma outra pessoa. É grande o suspense.
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