Bezerra eleva déficit estético da gestão Bolsonaro
A batida da Polícia Federal no gabinete do senador Fernando Bezerra (MDB-PE) mostra que a expressão "diz-me com quem andas que eu te direi quem és" não quer dizer muita coisa para Jair Bolsonaro. Fernando Bezerra é líder do governo no Senado. Portanto, um presidente que se elegeu prometendo ser implacável com a corrupção escolheu ser representado no Senado por um político encrencado com a lei.
Há quatro meses, Bolsonaro voou para o Nordeste, em sua primeira viagem à região após a posse, levando Bezerra a tiracolo. Por uma trapaça da sorte, a incursão ocorreu no mesmo dia em que que o TRF-4, tribunal que julga as causas da Lava Jato, determinou o bloqueio de R$ 258 milhões em dinheiro ou bens de Bezerra.A decisão foi motivada por uma ação de improbidade administrativa movida pela força-tarefa de Curitiba.
Antes de virar líder de Bolsonaro, Bezerra foi apoiador de Lula, ministro de Dilma Rousseff e avalista da nomeação do primogênito Fernando Bezerra Filho, também alcançado pela batida policial, para o posto de ministro de Minas e Energia da gestão de Michel Temer. A opeaçao da PF deixa o governo Bolsonaro um pouco mais sem nexo.
A experiência de Fernando Bezerra ajuda Bolsonaro a obter no Senado os votos para aprovação de extravagâncias como a indicação do filho Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washingotn. Mas o custo político é alto. Bezerra eleva o déficit estético da gestão Bolsonaro. Nesta quinta-feira, o senador telefonou para o ministro Onyx Lorenzoni, chefe da Casa Civil. Colocou o cargo de líder à disposição de Bolsonaro. O Planalto ainda não se manifestou.
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