Novo chefe do Fisco já confrontou Sarney e Jáder
Chama-se José Barroso Tostes Neto o novo secretário da Receita Federal. Escolhido pelo ministro Paulo Guedes (Economia), o nome já foi chancelado por Jair Bolsonaro. Trata-se de uma opção técnica. Diferentemente do antecessor Marcos Cintra, Tostes fez carreira no Fisco. É respeitado pela corporação. Possui um histórico de auditor austero. Já contrariou interesses de políticos graúdos. Ajudou a desbaratar quadrilhas que desviavam verbas públicas na Sudam, a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia.
Formado em administração de empresas e engenharia mecânica, Tostes ingressou na Receita em 1982. Permaneceu na instituição durante 28 anos. Destacou-se no cargo de superintendente da Receita Federal na segunda região, que cobre os estados da Amazônia. Já ocupava o posto quando Fernando Henrique Cardoso assumiu o Planalto. Foi mantido por Everardo Maciel, chefe do Fisco nos oito anos da era FHC.
Nesse período, Tostes teve participação ativa no combate a fraudes com incentivos fiscais geridos pela Sudam. Em parceria com o Ministério Público e a Polícia Federal, mapeou esquemas que possuíam ramificações políticas. Nessa época, contrariou interesses da oligarquia chefiada por José Sarney, do MDB. Contribuiu para desmontar empreendimento irregular no Maranhão. Chamava-se Usimar. Era apoiado pela então governadora maranhense Roseana Sarney, filha do oligarca.
Tostes lançou lupas também sobre os negócios do então senador Jáder Barbalho (MDB). Sob sua coordenação, o Fisco impôs a Jáder autuações de cerca de R$ 30 milhões, em valores da época.
Graças a esse histórico, Tostes conquistou entre os colegas a fama de auditor austero. Exibiu a mesma austeridade quando atuou como coordenador nacional de Aduanas da Receita Federal. Em 2011, aceitou convite do então governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), para chefiar a Secretaria de Fazenda do Estado. Permaneceu na função até 2015.
Como secretário fazendário do Pará, participou do Confaz, Conselho Nacional de Política Fazendária. Trata-se de colegiado integrado pelos secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal. Tostes acrescentou à experiência que acumulara na administração tributária federal uma vivência dos problemas estaduais. Algo que pode ser útil no debate sobre a reforma tributária.
Desde junho de 2015, Tostes trabalha como funcionário do BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento. Após passar por Washington, fixou-se em Brasília. Sondado por Paulo Guedes, esteve com Bolsonaro na quarta-feira (18). O presidente avalizou sua nomeação.
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