Governo muda inteligência do Fisco sem explicar
O Diário Oficial desta terça-feira (24/9) publica o ato de exoneração do chefe do setor de inteligência do Fisco. Chama-se Ricardo Pereira Feitosa. Em condições normais, todo brasileiro que torce pelo sucesso do país deveria festejar a demissão. Entretanto, convém retardar os fogos.
Ricardo Feitosa chegara à chefia da Copei, a Coordenação-geral de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, de forma esquisita. Foi importado do Mato Grosso. Servia na Delegacia da Receita Federal em Cuiabá. Nunca atuara na área de inteligência.
A ascensão repentina provocou uma onda de questionamentos na corporação dos auditores fiscais. Nos subterrâneos, colegas do novo xerife da inteligência da Receita apontaram supostos vínculos de Ricardo Feitosa com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. O mesmo Gilmar que fora alvejado por investigação fiscal vazada à imprensa.
De repente, apenas quatro meses depois da nomeação, Ricardo Feitosa foi enviado ao olho da rua envolto numa bruma de mistério. Não bastasse a falta de explicação para a chegada, o ato que formalizou a saída atribui o desfecho ao teor de um dossiê identificado por 17 algarismos. Não há, por ora, nenhuma informação sobre o conteúdo do documento.
Assim, não se sabe por enquanto se é o caso de festejar a saída de um gestor ruim do comando da inteligência da Receita ou de temer a nomeação de um substituto bem pior. A única certeza disponível no momento é que o governo Bolsonaro trata os órgãos de controle da administração pública com uma transparência de vidro fumê.
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