Vice-lider do PSL: ‘Podem surgir mais 20 listas’
Quando se imaginava que o Delegado Waldir jogara a toalha e Eduardo Bolsonaro seria, finalmente, o novo líder do PSL, surge uma quinta lista na bancada do partido. Contém as assinaturas de 28 dos 53 deputados da legenda. Devolve o cargo de líder a Waldir, o mesmo que abdicara do posto numa gravação em vídeo. Vice-líder do PSL, o deputado Júnior Bozzella atribui a nova meia-volta ao rompimento de um acordo esboçado com o Planalto na manhã desta segunda-feira. Bozzella avisa: enquanto o PSL busca a pacificação "podem surgir mais dez, 15, 20 listas."
Bozzella conta que estava ao lado do presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), quando telefonou o general Luiz Eduardo Ramos, ministro palaciano responsável pela articulação política do governo. A ligação ocorreu no início da manhã, pouco antes das 8h. "O general Ramos propôs ao Bivar uma pacificação, para que a gente escolhesse um líder de consenso, sem essa guerra de listas. Nem Eduardo nem Waldir. Aceitamos. Meia hora depois, o Vitor Hugo [líder do governo na Câmara] apresentou uma nova lista. Houve uma quebra de compromisso".
"O partido teve boa-fé e generosidade", disse Bozzella. "Agora, a gente segue o rito que estava programado: o partido manteve a suspensão de cinco parlamentares e apresentou uma nova lista, mantendo o Waldir na liderança. E haverá outras listas."
Por que apresentar novas listas? "Nossa ideia é escolher um líder dentro da ala mais equilibrada do partido, que não rompe acordos. A gente já não confia nessa parte do governo que rompe acordos. Pode ser um terceiro nome."
O blog perguntou se o general Ramos falava em nome de Jair Bolsonaro quando telefonou para Luciano Bivar. E Bozzella: "Qual é a função do general Ramos? Ele está lá nomeado para ser coordenador político, ele fala em nome do presidente. Se não tem autonomia, o problema é mais grave do que imaginávamos. É mais escandaloso ainda. Isso não tem cabimento."
Bozzella indagou: "Como confiar numa turma dessa, que não consegue cumprir de pé o que combina sentado? A gente não quer criar problemas. Podemos fazer uma reavaliação em relação ao Waldir. E o governo perderá o discurso."
Antes da crise, estava combinado que o PSL ser reuniria no final de dezembro para eleger um novo líder. Na semana passada, no auge do embate, Waldir foi gravado numa reunião interna chamando Bolsonaro de "vagabundo" e prometendo "implodir" o governo. Agora, cogita-se antecipar a substituição.
Questionado sobre a solidez da nova lista pró-Waldir, Bozzella afirmou: "Podem surgir, até a consolidação desse cenário, mais dez, 15, 20 listas." Ou seja, a crise continua.
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