Eremildo, o idiota, e as ‘necessidades especiais’
Josias de Souza
15/01/2012 02h12
Justificando os ervanários que sacaram na Bolsa da Viúva, alguns desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo explicaram que apressaram o pagamento por conta de necessidades especiais.
Segundo o presidente da Corte, um desembargador estava deprimido, e outro, doente. Um terceiro recebeu R$ 150 mil porque a chuva inundou sua cobertura.
Outro cobrou mais de R$ 500 mil porque tinha dívidas. O desembargador Roberto Bellocchi, que teria recebido R$ 1,5 milhão entre 2008 e 2009, explicou que "há situações pessoais que devem ser compreendidas".
Eremildo, que é capaz de compreender tudo, propõe que sejam listadas as situações pessoais dos doutores, e, em seguida, o critério seja estendido à patuleia que está na fila para receber precatórios. Em São Paulo, essa dívida está em mais de R$ 20 bilhões."
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.