Líder dos PMs: Wagner financiou greve em 2001
Josias de Souza
04/02/2012 18h01
Quem ouve o soldado Marco Prisco, líder da greve da PM da Bahia, é assaltado por uma suspeita: o Jaques Wagner avesso a paralisações de policiais é uma invenção muito recente.
O grevista Prisco conta uma passagem de 2001. Então deputado, o atual governador baiano participou, junto com outros petistas, de um esquema montado para financiar uma greve da Polícia Militar.
Segundo o policial, até o Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia entrou na roda. Alugou e cedeu seis carros aos grevistas de 2001. Comandava o sindicato companheiro um amigo de Wagner.
Chama-se José Sérgio Gabrielli, agora na bica de transferir-se da presidência da Petrobras para uma secretaria da administração petista da Bahia.
Na greve de onze anos atrás, governava o Estado Cesar Borges. Hoje, é filiado ao PR. Mas nasceu para a política como cria do ex-morubixaba pefelê ACM, arquirival do petismo.
Moral da história: para desgastar governos alheios, os fins justificam os meio$. Moral dois: greve de PM no governo dos outros é refresco.
– Em tempo: Jaques Wagner concedeu entrevista neste sábado (4). No quinto dia da paralisação da PM, acusou os grevistas de promoverem um "banho de sangue" em Salvador oara amedrontar a população.
– Atualização feita às 14h04 deste domingo (5): em manifestação feita por meio de sua assessoria, Jaques Wagner negou que tenha auxiliado os organizadores da greve da PM em 2011.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.