Escolher um prefeito não é fácil. Decidir em quem votar para vereador é ainda mais difícil. Equivale a brincar de cabra-cega para eleger os inquilinos de uma casa fantasma. Passada a brincadeira ninguém olha para as câmaras municipais. Nem o eleitor nem a imprensa. Ninguém.

Noutros tempos, o vereador só aparecia na propaganda eleitoral da tevê. Coisa rápida. Vapt, o sujeito dizia o nome. Vupt, implorava ao expectador para que memorizasse o seu número. Hoje, a internet amplia a vitrine eletrônica.

Descobre-se, então, que o problema não é a escassez de espaço, mas a falta do que dizer. Um vereador do Espírito Santo levou à web vídeo que dá ideia do que está por vir. Chama-se Jocimar Rodrigues Borges. Responde pelo apelido de Manego.

Filiado ao PSB, ocupa um assento da Câmara Municipal da cidade capixaba de Aracruz. Dono de físico avantajado, decidiu desancar os fortões que costumam humilhar os "magrelas" e as "goverdinhas". De quebra, Manego ministrou uma "aula" de alimentação saudável.

Torso nu, tatuagens à mostra, manuseou alimentos diante da câmera. Um par de batatas doces, dois ovos, cachos de banana, carne vermelha. "Para fechar com chave de ouro, eu como carne de frango", diz ele, antes de exibir uma galinha viva. "Coisa chique, meu irmão".

Para provar que é "um casca grossa de verdade", o vereador levou aos lábios uma garrafa de dois litros de água. Entornou. Súbito, engasgou. "Eu não aguentei beber. Mas olha só, dois litros de água. Quase tudo, meu irmão."

Produção doméstica, gravado em casa há uma semana, o vídeo do vereador Manego não chega a retirar o eleitor de Aracruz do breu. Mas ao menos ajuda a decidir em quem não votar. Três vivas à internet!