Um vestido monopoliza a cena política no México desde domingo (6). Surgiu num debate presidencial. Foi uma aparição rápida: escassos 24 segundos. E, desde então, os mexicanos não falam de outra coisa.

Deve-se a notoriedade do vestido –um longo branco, justo e decotado— às formas do recheio. A peça desfilou diante das câmeras pendurada nos ombros da ex-modelo Julia Orayen, que já posara para a Playboy vestindo apenas a própria pele.

Contratada como assistente do debate, coube a Julia executar uma tarefa, digamos, menor: distribuir aos presidenciáveis cartões que indicavam a ordem em que cada um responderia às perguntas. O vestido como que agigantou a missão.

Inaugurou-se nas redes sociais um debate paralelo à contenda presidencial. No Twitter mexicano, o tema "Orayen para Presidente" foi guindado às primeiras posições.

Boa parte dos internautas considera que, adornado por Julia, o vestido venceu um debate presidencial marcado pela chatice. Nesta terça (8), a Comissão Eleitoral do México viu-se na contingência de manifestar-se.

Em nota oficial, a comissão escreveu: "Nós nos desculpamos pelo erro de produção associado à roupa de uma das assistentes durante o primeiro debate presidencial e gostaríamos de nos desculpar aos cidadãos e aos candidatos à Presidência."

A eleição mexicana ocorrerá em julho. Antes, em 10 de junho, haverá um segundo debate. Considerando-se a reação dos organizadores, o vestido não deve comparecer. Nem precisa. Já foi eleito como a grande revelação da campanha. Julia, o adereço, diz que se sentiu "usada".