PT quer despolitizar CPI, focando em Cachoeira
Josias de Souza
15/05/2012 04h43
Deseja-se reservar o resto do mês de maio para: 1) inquirir os réus presos pela Polícia Federal e o senador Demóstenes Torres; 2) esmiuçar os dados recebidos do STF; e 3) aprovar requerimentos de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico das pessoas físicas e empresas ligadas a Cachoeira.
Conforme já noticiado aqui, o petismo mandou ao freezer a ideia de convocar o procurador-geral da República Roberto Gurgel. E trabalha para postergar a decisão sobre intimar ou não os governadores cujas reputações foram umedecidas no Cachoeiragate.
Continuarão soando as cornetas contra Gurgel. Mas o PT já não quebra lanças pela convocação dele. Quanto aos governadores, o partido revela-se convencido de que o cruzamento dos depoimentos com os documentos vai gerar uma convicção: apenas o tucano Marconi Perillo seria devedor de explicações.
Para assegurar a fidelidade do pedaço governista da CPI –65% dos votos— o PT tentará atrair os aliados para sua estratégia. Já abriu entendimentos com o PMDB.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.