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Para evitar ‘pressão’ do crime organizado sobre eleitores, TRE do Rio requisita Forças Armadas

Josias de Souza

17/07/2012 05h17

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro formalizou junto ao TSE um pedido de participação das Forças Armadas no esquema de segurança do processo eleitoral no Estado. Deseja-se inibir a pressão da bandidagem sobre os eleitores em áreas sob influência do crime organizado. O plano inclui a capital e municípios do interior do Estado.

O ofício do TRE fluminense não foi o único a aportar no TSE. Por ora, sete Estados já enviaram a Brasília solicitações de uso de "forças federais" nas eleições de 2012. Juntos, envolvem 17 localidades. Entre eles Tocantins (oito municípios), Amazonas (cinco) e Maranhão (três).

Em notícia veiculada no seu portal, o TSE não esclarece as razões que motivaram os pedidos. Limita-se a informar que as Forças Armadas tanto podem "prestar apoio logístico na distribuição de urnas eletrônicas," como prover "reforço da segurança e manutenção da ordem pública."

No caso do Rio, apurou o blog, o pedido está diretamente relacionado à segurança. O Estado convive com o flagelo da infiltração da criminalidade na política. O Exército já havia sido acionado nas eleições municipais de 2008.

Naquele ano, 13 Estados solicitaram apoio das Forças Armadas em 135 municípios. Nas eleições gerais de 2010, 12 Estados pediram a presença de soldados –o Rio não estava entre eles. Manda a lei que esse tipo de requisição sejam aprovada pelo TSE antes de ser remetida à mesa de Dilma Rousseff.

Em casos como o do Rio, o chamamento aos militares é, ao mesmo tempo, alentador e constrangedor. Traz alento porque revela que as autoridades eleitorais tentam vacinar-se contra os riscos. Constrange porque indica que a polícia do governador Sérgio Cabral, apensar de todo o esforço "pacificador", ainda não logrou garantir segurança nem às urnas.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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