Operadoras de telefonia celular respondem a 55 ações judiciais propostas pelo Ministério Público
Josias de Souza
19/07/2012 18h37
Com 38 ações, o grupo Oi frequenta o topo do ranking da Procuradoria. A Claro vem a seguir, com 14 ações. E a TIM surge em terceiro, com 12. Em diversas ações figuram no polo passivo mais de uma operadora.
Em razão do volume de reclamações feitas contra as companhias telefônicas, o Ministério Público Federal constituiu um grupo de trabalho que se dedica exclusivamente ao tema. Funciona em Brasília, no âmbito da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão, voltada às questões ligadas ao direito do consumidor e à ordem econômica.
Coordenador da 3ª Câmara, o procurador Antonio Fonseca apalaudiu a decisão da Anatel de proibir a Oi, a Claro e a Tim de comercializar novas linhas de celular a partir da próxima segunda-feira (23). "O que se tem percebido, ano após ano, é o crescimento da base de clientes das prestadoras de telefonia móvel sem a correspondente melhoria na qualidade do serviço", disse Fonseca.
O procurador considera que a proibição imposta pela anatel é medida extrema. Mas é necessária a está prevista na Lei Geral de Telecomunicações. A simples aplicação de multas, informa a Procuradoria, tem se revelado ineficaz. As empresas recorrem ao Judiciário e menos de 5% das multas são recolhidas aos cofres do Tesouro.
Pior: de acordo com a Procuradoria, os problemas enfrentados pelos usuários de telefone não são solucionados. A Anatel fiscaliza, aplica multas, as emrpesas vão à Justiça, prevalecem na maioria dos casos e a clientela continua desatendida.
Daí o apoio do Ministério Público Federal à "medida extrema" adotada pela Anatel. Consdierando-se o número de ações judiciais e a quantidade de iniciativas extrajudiciais que envolvem as companhias telefônicas, a providência tardou a chegar.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
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