Faltam 2 votos para condenação de João Paulo
Josias de Souza
27/08/2012 19h18
Falta recolher os votos de cinco ministros: Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayures Britto. Bastam mais dois para que o ex-presidente da Câmara, hoje candidato a prefeito de Osasco, desça ao purgatório dos condenados. Em apartes à colega Cármen Lucia, Gilmar e Britto deram a entender que devem condenar João Paulo ao menos por corrupção passiva.
A sessão foi interrompida no instante em que falaria o ministro Peluso. Ficou para quarta-feira (29). João Paulo é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e dois peculatos. Entre os que o condenaram, apenas Rosa Weber atenuou-lhe o fardo: excluiu um peculato da lista e adiou a análise sobre lavagem.
Já se formou uma maioria condenatória em relação a outros quatro réus: Henrique Pizzolato, Marcos Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Quanto a esses acusados, os seis votos já conhecidos foram todos favoráveis à condenação (corrupção ativa e peculato).
Em tese, os ministros podem mudar de opinião até o término do julgamento. É raro, porém, que isso ocorra. Assim, pode-se dizer que Pizzolato, Valério, Cristiano e Ramon já têm contra si o nariz torcido da maioria dos 11 ministros do Supremo.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.