Minha Casa, Minha Vida: no Ceará, MPF vai à Justiça para evitar expulsão de 3.200 pessoas
Josias de Souza
21/09/2012 17h44
A encrenca envolve quatro condomínios financiados com verbas da Caixa Econômica Federal. As obras foram paralisadas em fase final de acabamento. Impacientes, famílias cadastradas no programa oficial ocuparam as casas.
A Caixa foi à Justiça. Em 5 de setembro, o juiz federal Kepler Gomes Ribeiro concedeu liminar determinando a desocupação dos condomínios. Para evitar a expulsão, o procurador da República Oscar Costa Filho decidiu recorrer.
As famílias informam que desejam celebrar um acordo com a Caixa. Querem permanecer nas casas, submetendo-se às regras de financiamento do Minha Casa, Minha Vida. Dito de outro modo: desejam pagar pelos imóveis.
Para o procurador Oscar Filho, o desalojamento de 3.200 pessoas produzirá "impactos sociais irreversíveis". Acha que, em vez de expulsar, a Caixa deveria levar em conta que os ocupantes das casas encontram-se devidamente cadastrados no Minha Casa, Minha Vida e analisar a "possibilidade de regularização" das moradias.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.