Royalties revelam o lado bárbaro do Congresso
Josias de Souza
13/12/2012 07h28
O que é o Parlamento? É o resultado mais visível do esforço da humanidade para chegar à resolução dos seus conflitos sem recorrer à porrada ou à pistola. No debate sobre a repartição dos royalties do petróleo, ainda não se viu soco nem se ouviu tiro. Mas, de esforço em esforço, os congressistas involuem a passos de gigante. Não demora e trocarão o tratamento de "excelência" e "nobre colega" por outros métodos.
Devolvidos à condição puramente animal, os representantes dos Estados sem jazidas estão na bica de arrancar a carótida dos colegas do Rio e do Espírito Santo para chupar-lhes, como vampiros da Era do pós-sal, o óleo dos contratos já assinados. Como não consegue instalar sob as cuias de Niemeyer uma UPP (Unidade de Política Pacificadora), a turma do Rio administra seus instintos bárbaros e vai ao Supremo antes que a coisa acabe no cemitério.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.