Alckmin prevê que SP pode perder R$ 5,2 bi até 2020 se vetos de Dilma à lei de royalties caírem
Josias de Souza
17/12/2012 20h32
Alckmin anota na carta que compartilha "do sentimento de justiça" dos parlamentares dos 24 Estados sem óleo. Porém, sua concordância só vai até certo ponto. "Quero deixar patente que São Paulo não pode concordar com a mudança de regras com o que já foi licitado", escreve o governador. "Espero contar com seu voto."
Dilma suprimiu do projeto aprovado pelo Congresso artigos que incluíam no bolo a ser partilhado entre todos os Estados os dividendos de jazidas petrolíferas já licitadas. Alegou que haveria quebra de contratos, o que seria ilegal. Foi aplaudida pelos governadores dos dois Estados que mais perderiam receita: Sérgio Cabral (PMDB), do Rio; e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo.
No ranking dos produtores de petróleo, São Paulo ocupa a terceira posição. A despeito disso, Alckmin hesitava em levar o rosto à vitrine. Com a carta, desce finalmente ao front. Faz isso num instante em que a guerra dos royalties atravessa sua batalha judicial.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.