Senador do PT há 21 anos, Suplicy enfrenta a ameaça de ser trocado por Kassab ou Chalita
Josias de Souza
21/12/2012 08h34
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é movido por uma ideia fixa. Fez da renda básica de cidadania o seu projeto de vida. Nas últimas semanas, ele ganhou uma obsessão nova: pega em lanças pelo direito de disputar a reeleição ao Senado em 2014 como candidato do PT. Faz isso porque o presidente da legenda, o companheiro Rui Falcão, já não considera sua candidatura como algo natural.
Signatário do documento que fundou o PT em 1980, ex-vereador, ex-deputado federal e representante da legenda no Senado há 21 anos, Suplicy deseja renovar o mandato. Mas convive com a ameaça de ver sua vaga negociada numa composição do PT com outras legendas.
Entre as alternativas em cogitação estão o neoaliado Gilberto Kassab (PSD) e o deputado Gabriel Chalita (PMDB), protegido do vice-presidente Michel Temer. Para complicar, na eleição de 2014 estará em jogo apenas uma cadeira de senador por Estado. Suplicy, 71 anos, tomou conhecimento de que sua vaga descera ao balcão por meio de uma entrevista de Rui Falcão.
Obteve a confirmação de que o PT de fato cogita abrir mão da candidatura ao Senado ao questionar o presidente do partido numa reunião da bancada de senadores petistas. "Entristecido" com a descortesia de não ter sido sequer avisado previamente, Suplicy informou ao mandachuva do PT que está disposto a guerrear pela vaga numa prévia.
"É natural que deputados federais e estaduais, prefeitos do PT cogitem cogitem disputar o Senado", disse Suplicy em entrevista ao blog. "Assim também com o Gilberto Kassab e o Gabriel Chalita. Há ainda o Netinho, do PCdoB. Tudo bem. Mas que sejam feitas as prévias. Desse modo, eu considerarei democrático e legítimo." Por ora, o compromisso de realização de primárias não foi assegurado ao senador.
Deu-se em 2006 a última eleição de Suplicy. No ano anterior, contrariando decisão do diretório nacional do PT, ele rubricara o requerimento de convocação da CPI dos Correios, a comissão que desaguaria no mensalão. Pois nem nessa época o PT cogitou negar a legenda ao seu protofiliado. Suplicy foi candidato ao Senado sem adversários. Vai abaixo a transcrição da conversa em que o senador relatou os detalhes de sua nova realidade partidária.
– O sr. não reagiu? O presidente Rui Falcão compareceu a uma reunião da nossa bancada no Senado, hoje somos 12 senadores. Eu disse a ele, perante todos: Rui, você fez uma declaração sobre a qual eu gostaria de ter sido consultado antes.
– E ele? Respondeu numa boa. Disse: 'Olha, você também não me consultou previamente ao declarar que vai ser candidato ao governo de São Paulo em 2014.
– Mas o sr. tem a intenção de disputar o governo paulista? Eu expliquei para ele o que tinha acontecido. Na semana anterior, um repórter me fez uma visita no meu gabinete e me perguntou a respeito de 2014. Eu respondi que, se estiver com a boa saúde que estou hoje, a partir de 2013 estarei perguntando às pessoas que trabalham comigo, à população de São Paulo e aos filiados do PT o que acham melhor: se vou fazer conferências e escrever livros, se vou cantar com meus filhos Supla e João –às vezes brinco de cantar junto com eles—, se continuo meu trabalho no Senado ou até se me candidato ao governo de São Paulo. E o repórter simplesmente colocou numa matéria sobre o PT que eu seria candidato ao governo de São Paulo. Eu expliquei esse contexto ao Rui.
– Mas, afinal, o governo de São Paulo está nos seus planos? Depois dessa manifestação do presidente do meu partido, eu pensei muito nesse último mês. A conclusão a que cheguei é que serei candidato à reeleição para o Senado. É o que mais combina com os objetivos que tenho traçado para minha própria vida. Me permite maior mobilidade para, por exemplo, como presidente de honra que sou da Rede Mundial da Renda Básica, continuar viajando e atendendo aos convites que recebo para fazer palestras no Brasil e no exterior.
– Depois da manifestação de Rui Falcão e de sua conversa com ele o que aconteceu? Aconteceu que passei a receber estímulos. Fui convidado para comparecer, sábado retrasado, no 4o Congresso da Unas [entidade comunitária com atuação em Heliópolis]. Havia mais de 300 pessoas. Estava lá inclusive o Alexandre Schneider [PSD], que foi vice do José Serra na última eleição. Tinha alguns vereadores, o prefeito de Araçatuba e outros dirigentes políticos. A Cleide, presidente da Unas, disse: 'estão dizendo aí que o senador Suplicy pode não ser candidato do PT em 2014. Queria saber aqui quem aceita isso'. Eu estimulei. Perguntei quem dos presentes achava que eu deveria ser o candidato do PT, e não uma pessoa de partido coligado. Todos levantaram a mão e disseram que devo ser o candidato.
– Boato? Pois é, eu fiz um aparte ao Paulo Teixeira e disse: não foi boato. Foi autoridade maior do partido, o presidente nacional que mencionou que talvez o PT abra mão da vaga para um candidato de partido coligado. Houve uma reação muito forte da plateia. Eu pedi, então, para fazer uma consulta. Uma senhora se levantou e falou: 'Quero dizer que é inadmissível que você não seja o nosso candidato'. Foi feita uma consulta verbal. Pediram para levantar a mão todos os que achavam que deveria ser eu o candidato. Todo mundo levantou a mão. Foi unânime
– Mas não há outros candidatos à vaga de senador no PT? Eu disse inclusive nessa reunião que sou a favor de fazer prévias. Se houver algum outro candidato do PT ou mesmo de um dos partidos coligados, eu me disponho a debater e participar de uma eleição prévia. Tenho até um projeto de lei, já mandei cópia para o Rui Falcão, prevendo que os partidos, inclusive o PT, passem a fazer prévias envolvendo todos os filiados da legenda e todos os eleitores interessados em partipar. É um modelo que tem sido adotado em muitos países. Pela minha proposta, um cargo majoritário como o de senador também entraria nas prévias.
– Quando essa sua disposição de disputar prévias foi comunicada ao Rui Falcão? Quando ele deu a entrevista mencionando a possibilidade de o PT abrir mão da vaga de senador, eu encaminhei por e-mail. Escrevi que gostaria de participar da próxima reunião do diretório nacional do PT para discutir esses assuntos, inclusive minhas propostas de prévias e de financiamento de campanhas. Para o PT, eu inclusive tendo dito que o partido deve dar o exemplo. Não precisa nem de lei. Todas as contribuições de pessoas jurídicas e físicas devem ser divulgados no sítio eletrônico do partido e dos candidatos. Em tempo real.
– Será que é por isso que não o querem no Senado? [risos] Tenho dito ao partido e ao Rui Falcão que, já em 2006, na minha última campanha para o Senado, eu assim procedi. Coloquei na internet todas as minhas doações. Quem visitasse a minha homepage encontrava todas as contribuições de campanha. Fiz um dia um jantar de arrecadação de fundos. As pessoas poderiam contribuir com R$ 100 ou R$ 500. Mesmo esses nomes, todos eles, foram registrados no meu sítio eletrônico. Então, mandei ao Rui Falcão cópia desse meu projeto e também do outro que prevê que todos os partidos passem a realizar as prévias mais amplas, incluindo os cargos do Legislativo e do Executivo.
– O Rui Falcão respondeu ao seu e-mail? Ele me disse que já conhecia os meus projetos.
– E quanto à sua pretensão de comparecer à reunião do diretório, ele o convidou? Fiquei sabendo que o diretório se reuniria nos dias 7 e 8 de dezembro. Mas coincidiu que no dia 8 estava marcada a minha última aula na FGV. Não pude vir a Brasília.
– Mas houve um convite para que participasse da reunião do diretório? Ele não chegou a me avisar, mas fiquei sabendo e, como senador, eu teria direito à palavra no encontro.
– Como ficou resolvida, então, essa questão relacionada à sua candidatura ao Senado? Na reunião com a bancada do Senado, o Rui Falcão disse há a possibilidade de o PT ceder a vaga a um partido coligado. E isso ficou em aberto.
– Em que medida a cogitação do Rui Falcão afetou o seu ânimo partidário? Fiquei um pouco entristecido. Ainda mais porque, cerca de dez dias depois da entrevista dele, houve a cerimônia do Congresso em Foco para a premiação dos melhores parlamentares do ano. Eu e o Pedro Simon fomos entrevistados pelo Congresso em Foco por estarmos sempre entre os melhores. Neste ano de 2012, na escolha do melhor entre todos os senadores, houve uma lista dos cinco melhores: Pedro Simon, Pedro Taques, Randolfe Rodrigues, Cristovam Buarque e eu, em primeiro. Foi uma pesquisa com internautas. Opinaram 200 mil internautas no Brasil inteiro. Daí, muitas pessoas me perguntaram: como é que o presidente nacional do partido diz aquele que foi considerado o melhor senador deste ano talvez seja substituído por um candidato de outro partido?
– Acha que Rui Falcão está cogitando ceder a vaga para quem? Seriam o Gilberto Kassab, do PSD, ou o Gabriel Chalita, do PMDB? São os dois mais mencionados.
– Ele chegou a mencionar esses nomes na reunião com a bancada? Não chegou a mencionar. Mas tem sido colocado como possibilidades.
– Os seus colegas de bancada se manifestaram? Na reunião da bancada desta semana, realizada na quarta-feira, eu perguntei aos outros 11 senadores do PT se algum deles avaliava que eu não deveria ser o candidato do partido. Todos disseram que acham que eu devo ser o candidato. Eu até disse a todos que agradeceria se pudessem transmitir essa opinião ao presidente Rui Falcão.
– Desde que chegou ao poder, o PT tem feito alianças heterodoxas. Na última eleição de São Paulo, aliou-se até ao Paulo Maluf. Acha que o partido se desfigurou? É possível que o querido presidente Rui Falcão esteja fazendo uma avaliação de que, para que o partido tenha maior força política em São Paulo, seja necessário formar a coligação cedendo alguns postos. Se o partido quiser ter um candidato a governador, possivelmente cederá a vaga de candidato a vice-governador. E como haverá apenas uma vaga em disputa para o Senado, talvez queiram também dispor dessa vaga. É uma reflexão política realista. Claro que, para outro partido grande e forte, é muito interessante ter o candidato da coligação ao Senado apoiado pelo PT. Mas acho, sinceramente, que uma forma democrática de resolver esse problema é fazermos a prévia entre os possíveis candidatos de outros partidos e do PT.
– O Lula? Outro dia ele andou brincando com essa ideia. Soube que ele disse que o Senado é como se fosse o céu. Creio que saiu publicado. Ele chegou a citar o Darci Ribeiro, se não me engano, para dizer que entrar no Senado é como entrar no céu.
– Não vi nada a respeito, mas o Lula, se tivesse esse interesse, seria imbatível no PT, não? É claro que seria um candidato muito forte. Já tive a experiência de disputar prévias com ele, em 17 de março de 2002. Compareceram 172 mil filiados. Ele teve teve 84,4% dos votos. Eu tive 15,6%. Mais do que imaginavam. Naquela época, certo dia, a Marta [Suplicy] me disse: 'Eduardo, tome cuidado, porque estão dizendo que você não vai ter nem 5% dos votos e que vai ser um desastre para sua carreira política participar dessa prévia'. Eu acabei participando. Não formulei críticas ao Lula, defendi ideias. Quando ele venceu, no mesmo dia eu disse que estaria empenhado na campanha dele até fechar as urnas, como realmente fiz.
– Supondo que ocorra o pior, que o PT escolha um candidato ao Senado de outro partido sem fazer prévias, o sr. cogita disputar o Senado por outra legenda? Não. Eu sou a favor da fidelidade partidária. Não seria correto da minha parte, deixar o PT em meio ao mandato de senador. Se viesse a ocorrer uma decisão de mudar de partido eu antes cumpriria o meu mandato e não seria, portanto, candidato por outro partido durante esse período em que sou senador. Continuo a defender aqueles princípios que levaram líderes sindicais e intelectuais, no segundo semestre de 79, a me convidarem para ser um dos fundadores do PT. Fizeram o convite porque acharam que o que eu defendia e o que o PT proclamaria no seu programa eram ideias coincidentes. Então, fui fundador do PT em 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion. Continuo a defender os mesmos princípios e ideais de construção de uma nação justa e civilizada, por meios democráticos.
– E depois de encerrado o mandato, consideraria a hipótese de deixar o PT? Sinceramente, a minha convicção, formada a partir da intereção que tenho com os filiados do partido, é a de que todos me querem dentro do PT e não agirão para que eu saia do partido. Essa é a minha convicção.
– O sr. diz que seus princípios e ideais não se alteraram. Mudou o PT? O que posso dizer é que, de minha parte, continuarei a lutar para que o partido seja cada vez mais incisivo na defesa da democracia, da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa, da ética na vida política.
– Como encaixar nesse contexto o resultado do julgamento do mensalão? Outro dia estive numa reunião onde estavam o Zé Dirceu e o José Genoino. Dois ou três dias depois que o João Paulo Cunha foi condenado, eu o visitei, na casa dele. Conversi com ele, estava muito triste. Todos eles julgam que houve um julgamento muito severo. E asseguram que não cometeram os crimes a eles atribuídos.
– O julgamento apontou o contrário, não? Foi feito o julgamento, eles foram defenidos por alguns dos melhores advogados brasileiros e, entretanto, houve essas condenações. Então, sobre isso, passei a fazer algumas reflexões. Primeiro, acho que é muito importante que eles tenham o direito de recorrer e expor as suas defesas em plenitude. Segundo, acho que o PT deve dar o exemplo para prevenir que não ocorram mais situações tais como as que aconteceram e foram reconhecidas publicamente da utilização de recursos de caixa dois ou não contabilizados, na expressão do Delúbio Soares. Quando o Delúbio, no ano passado, me visitou no gabinete para perguntar se eu estaria de acordo com a volta dele ao partido, eu disse que era a favor porque não defendo a pena de morte nem a pena perpétua. Mas disse a ele que gostaria que a volta fosse acompanhada desse procedimento de transparência total do partido em relação às contribuições recebidas. Tudo na internet. Por último, estou estudando um tema e pretendo propor uma coisa.
– Que coisa? Estou na subcomissão de reforma do Código Penal. Ali, tenho me dedicado especialmente ao estudo das penas alternativas. Visitei na semana passada, pessoas da secretaria de administração penitenciária do governo de São Paulo. Tive uma longa conversa e recebi informações muito interessantes sobre as vantagens das penas alternativas em relação à prisão. O custo de um preso para o Estado, salvo engano, é de R$ 1.350 por mês. O custo para supervisionar uma pessoa submetida a pena alternativa é de R$ 20 mensais. A reincidência dos presos é de 52%. Dos que tiveram pena alternativa é de 7%.
– Essa sua reflexão vem a propósito das condenações do mensalão? Sim. Eu vou apresentar diversas sugestões de caráter geral. Sempre fui simpático às penas alternativas. Morei no exterior e vi como juízes impunham penas que, do ponto de vista da sociedade, das vítrimas e dos que cometeram os delitos, são muito interessantes. Acho que isso precisa ser desenvolvido aqui.
– Mas isso se aplicaria aos condenados do mensalão? Creio que, inclusive para os que foram condenados nessa ação 470, do mensalão, sera muito melhor para eles que, em vez de eventualmente sofrerem a pena de prisão, seria aceitável para a sociedade que fossem criadas penas alternativas.
– Como assim? Por exemplo, apenas para pensar alto: podem trabalhar por algum tempo num pronto-socorro de hospital público, dar aulas para alfabetizar adultos…
– Mas uma lei nova pode retroagir para beneficar pessoas já condenadas? Pelas consultas que fiz, a lei só não pode retroagir em prejuízo do réu. Quando é para beneficiar, poderia. Evidentemente, é preciso aprofundar essas consultas.
– As penas alternativas já não estão previstas na legislação brasileira? Sim, mas só podem ser beneficiados com esse tipo de pena os que forem condenados a até quatro anos de prisão, não acima de oito anos. Mas se for aprovada uma lei que altere isso, tudo no interesse da vítima, no caso a sociedade, e dos condenados, algo que seja didaticamente proveitoso, creio que é possível aplicar. Mesmo depois de a pena já estar fixada, a lei pode ser aplicada se for em benefício do apenado.
– Não acha essa sua ideia será mal recebida? Sei que existem pessoas que rangem os dentes e afirmam: ah, essa gente tem mais é que estar presa. Mas há muitas pessoas, creio que a maioria, aprovariam a ideia de ver as pessoas condenadas prestando serviços de grande proveito social.
– Acha que essa iniciativa pode levar o partido a enxegá-lo com outros olhos? Na minha história no PT, houve uma única ocasião em que agi de forma diferente do que o diretório nacional havia decidido.
– Como reagiu o PT? Poucos dias depois, o Delúbio Soares me procurou, novamente em nome do Campo Majoritário, para dizer o seguinte: 'Eduardo, quero lhe informar que nós fizemos uma reunião e decidimos que você não está mais convidado para fazer parte da nossa chapa. Eu perguntei se poderia me explicar perante o Campo Majoritário. E ele: 'Não, todos nós ouvimos bem o seu pronunciamento.'
– Já tinha ocorrido nessa época a entrevista do Roberto Jefferson? Não. A entrevista do Roberto Jefferson veio depois. Aí as coisas ficaram tão fortes que não houve qualquer outra sanção a mim que não fosse a exclusão da chapa do Campo Majoritário. Mesmo assim, no ano seguinte, 2006, ano da eleição, não houve qualquer cogitação de que eu não fosse o candidato ao Senado. Também nessa época eu disse que me dispunha a disputar prévias se houvesse qualquer outro companheiro interessado em disputar a vaga. Ninguém se inscreveu.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.