Para Lula, PT tem de ‘virar página’ do mensalão
Josias de Souza
10/02/2013 07h06
Lula declarou-se de acordo com a posição adotada na última quarta-feira (6) pelo novo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Na saída de um encontro com Joaquim Barbosa, presidente do STF, Henrique declarou: "Não há hipótese de não cumprir a decisão do Supremo."
Acrescentou: "Nós só vamos fazer aquilo que o nosso regimento determina que façamos: finalizar o processo. Coisas de formalidade legal e ponto. Não há nenhuma possibilidade de confrontarmos com o mérito, questionar a decisão do Supremo."
Para sinalizar o apoio a Henrique, Lula decidiu recebê-lo em São Paulo. Pelo telefone, parabenizou-o após a vitória na sucessão interna da Câmara. A conversa ao vivo ficou pré-agendada para 21 ou 22 de fevereiro. Informada, Dilma Rousseff estimulou o encontro.
Dos quatro deputados condenados no julgamento do mensalão, dois são filiados ao PT: João Paulo Cunha e José Genoino. Eleito vice-presidente da Câmara na chapa de Henrique, o petista André Vargas (PR) defendeu que os companheiros sejam submetidos a processos regulares de cassação.
Passariam pela Corregedoria, seriam mandados ao Conselho de Ética e, se fosse o caso, os colegas os julgariam em plenário. Ali, o destino de seus mandatos seria decidido no voto secreto. Tudo como se não houvesse uma sentença do STF. A prevalecer a nova posição de Lula, petistas que pensam como Vargas devem ser desligados da tomada.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.