Inflação estoura a meta. Farinha passa o tomate
Josias de Souza
10/04/2013 15h56
Você pode não entender nada de economia. Mas percebe intuitivamente a presença da inflação ao redor. Na feira ou no supermercado, a inflação é o excesso de uma coisa que vai lhe fazer falta. Em casa, a inflação é a subversão do brocardo: onde comem dois come um.
Saiu nesta quarta o IPCA, índice oficial da inflação, do mês de março. Ficou em 0,47%. Com isso, a inflação acumulada dos últimos 12 meses bateu em 6,59%, furando o teto da meta do governo, que é de 6,5% ao ano. A carestia dos alimentos respondeu por 60% da variação da inflação de março.
Em 12 meses, os alimentos acumulam uma alta de 13,48%. Quer dizer: a comida subiu mais do que o dobro da inflação média do período: 6,59%. O tomate subiu 122,13%. Mas não é o campeão da carestia. A farinha de mandioca subiu ainda mais: 151,39%. Repare na tabela abaixo que há outras variações espantosas –a batata (97,29%) e a cebola (76,46%, por exemplo.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.