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Apesar das vaias, Dilma informa que irá à final

Josias de Souza

16/06/2013 20h40

Vaiada três vezes na abertura da Copa das Confederações, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, Dilma Rouseff submeterá seu prestígio a um novo teste no encerramento da competição. A presidente irá à partida final, informou a assessoria do Planalto neste domingo (16). Será no Rio, dia 30 de junho, no Maracanã.

A preocupação de aliados e assessores comprova que a coragem é mesmo uma estranha qualidade. Costuma faltar justamente nos momentos de maior apavoramento. Plenaja-se pedir à Fifa que trate Dilma com discrição. Nada de anunciar a presença dela pelo serviço de som ou de exibi-la no telão.

Cartola da Federação Paulista de Futebol, o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) recomenda também que Dilma se abstenha de discursar: "Estádio não é ambiente para discurso é um público arredio a político e acostumado a vaiar, porque  já faz isso com os times."

Líder do PT na Câmara, o deputado José Guimarães (CE) acha que não se deve supervalorizar as vaias de Brasília. "É um jeito moleque do torcedor brasileiro. Qualquer político que fosse ao estádio e anunciassem o nome seria recebido da mesma forma", diz ele. "Não devemos perder o sono, foi algo contra a política em geral, não contra ela."  Hummm… No ouvido dos outros, vaia é refresco.

Seja como for, não ficaria bem para Dilma cancelar a participação na grande final. A chance de ouvir novas vaias é enorme. O carioca já deu mostras do seu "jeito moleque" ao apupar Lula em 2007, na abertura dos Jogos Pan-Americanos.

Resta retirar lições das vaias. Eis a primeira delas: quando for impossível conseguir a ausência de corpo, deve-se tentar manter pelo menos a presença de espírito. De resto, sugere-se aos organizadores que pendurem um aviso no camarote das autoridades. Algo assim: "Sorria, você está sendo vaiado".

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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