Gilmar: Supremo não pode ficar ‘assando pizza’
Josias de Souza
17/09/2013 17h22
Às vésperas da sessão em que o STF decidirá se aceita ou não os embargos infringentes, a grande dúvida nacional é: com orégano ou sem orégano? Contrário ao derradeiro recurso, o ministro Gilmar Mendes move-se para reduzir os danos.
Perguntou-se a Gilmar qual seria um prazo razoável para a conclusão do julgamento do mensalão se os infringentes prevalecerem. E ele: "Isso aqui não é um tribunal para ficar assando pizza e nem é um tribunal bolivariano."
O placar está em 5 a 5. O ministro Celso de Mello dará o voto de minerva. Já sinalizou que reconhecerá o direito de 12 dos 25 condenados a um segundo julgamento. Como que antevendo o desfecho, Gilmar tenta salvar a cena.
"Eu tenho a impressão de que é importante, desde logo, estabelecer ritos, prazos, para encaminhar esse assunto. Quer dizer, é preciso que o tema não fique solto. Que de fato haja um procedimento."
Formalizados os recursos, o STF terá de sortear um novo relator. Para Gilmar, o substituto de Joaquim Barbosa terá de apertar o passo. "Que assuma o compromisso de trazer [o processo para julgamento] dentro de um prazo razoável."
As vozes mais otimistas estimam que a coisa não volta ao plenário antes de março de 2014. As mais pessimistas falam em 2015. Seja como for, será potencializada a impressão de que o crime no Brasil é perto. Mas a Justiça mora muito longe.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.