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Cid: Campos 'não reúne o mínimo de condições’

Josias de Souza

01/10/2013 06h29

O governador do Ceará, Cid Gomes, acha que "Eduardo Campos não vai ser candidato". Por quê? "Ele não reúne no momento o mínimo de condições objetivas para ser candidato" à Presidência. As declarações foram feitas na noite passada, em entrevista ao programa Roda Viva (assista aqui).

Já excluído dos quadros do PSB, Cid comparou a conjuntura atual à da sucessão passada. Afirmou que o PSB viveu drama análogo. "Havia os que defendiam a candidatura própria, que era a do Ciro [Gomes]. E havia os que diziam: 'é melhor a gente reforçar os projetos nos Estados." Prevaleceu a segunda alternativa.

O governador aprofundou a comparação: "Ciro tinha 18% nas pesquisas, Eduardo Campos tem 4%. Mais: era o fim do ciclo do Lula. Portanto, nós estávamos mais ou menos a cavalheiro para iniciar um novo ciclo, com o nosso projeto. A Dilma está no meio. Participamos até hoje, os dois ministros [do PSB] ainda estão lá no governo dela. A gente vai, numa hora como essa, sair? E num momento que a gente vê que tem certa complicação. Isso pra mim passa uma ideia de oportunismo!"

Cid relatou encontro que teve com Dilma. Deu-se há duas semanas, no mesmo dia em que a Executiva do PSB decidiu desembarcar do governo federal. "Acabou a reunião, recebi um telefonema dizendo que a presidente queria falar comigo. No encontro que tive com ela eu disse: presidenta, insista com o Eduardo, tenho certeza que ele não tem segurança de que o melhor para ele é ser candidato. […] Insista com ele, acaricie, dê carinho, todo mundo gosta disso."

Segundo o relato de Cid, Dilma lhe disse que iria pensar. Viajou para os EUA sem receber de volta os ministérios controlados pelo PSB –Integração Nacional e Portos. "Foi uma sugestão que eu dei pra ela." A despeito de apoiar a candidatura reeleitoral de Dilma, Cid não cogitava deixar o PSB. Alega que "houve um gesto de hostilidade."

Uma delegação do PSB foi ao Rio de Janeiro para convidar Luizianne Lins (PT), adversária dos irmãos Cid e Ciro Gomes, a ingressar no partido e disputar o governo do Ceará em 2014. Em telefonema a Eduardo Campos, Cid se queixou e disse que teria sido mais simples pedir que ele saísse da legenda. O interlocutor respondeu que não sabia do convite feito a Luizianne. E Cid: "Sinceramente, não acreditei."

Nesta terça, Cid reúne seu grupo político para decidir a que partido irão se filiar. São duas as opções: o novíssimo Pros e o tradicional PDT. Durante a entrevista, Cid discorreu sobre as vantagens e as desvantagens de cada opção. Mas recusou-se a antecipar qual deve ser a deliberação. Deputados federais do grupo do governador afirmam que a maioria deve optar perlo Pros.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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