Pré-sal não cobre 10% do PIB para Educação
Josias de Souza
25/10/2013 20h19
Desde o início da semana muita gente, inclusive Dilma Rousseff, vem dizendo coisas definitivas sobre o dinheiro do pré-sal. Numa concessão ao óbvio, o ministro Aloizio Mercadante achou melhor definir as coisas. O óleo de Libra não vai pagar a elevação para 10% do PIB dos investimentos em educação.
Por quê? Simples: se Deus ajudar, Libra só produzirá petróleo em escala comercial dentro de uns dez anos, ali pelas cercanias de 2023. Até lá, o Plano Nacional de Educação, peça na qual o Congresso enfiou os 10%, já nem existirá.
Pela conta de Mercadante, União, Estados e municípios precisariam, hoje, de R$ 240 bilhões para cumprir os 10%. Quanto a Libra, se o Todo-Poderoso não virar a casaca, pode render algo como R$ 600 bilhões em 30 anos. Na média, R$ 20 bilhões por ano.
"O campo de Libra, nos próximos 10 anos, pelo menos nos próximos 5 anos, não terá uma produção ainda", diz Mercadante. "Então, não resolve o problema dos 10% do PIB. Não é um problema fiscal que está resolvido no Orçamento." Pois é!
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.