Paulo Maluf inelegível por cinco anos! Será?!?!
Josias de Souza
04/11/2013 15h39
Se o Brasil fosse um país lógico, as urnas já estariam livres de Maluf há tempos. Ele só continua nas manchetes porque o país desobrigou-se de fazer sentido, concedendo-lhe uma licença vitalícia para a reabsolvição.
O Brasil de Maluf é um país onde ninguém tem biografia. Se você fixar o olhar num ponto fixo da política brasileira, é só esperar. Maluf vai passar várias vezes de um lado para o outro, enganchado a diferentes e inusitados personagens.
Em 2012, Maluf passou para o lado do PT. Posou nos jardins de sua mansão abraçado a Lula e a Fernando Haddad. Anos antes, em 1998, Maluf, então candidato a governador, aparecera num outdoor ao lado do então presidente FHC, do PSDB.
Agora mesmo, numa nova evidência de que o Brasil fez uma opção pela inconsequência, o tempo de tevê do PP de Maluf é disputado em São Paulo pelo PT de Alexandre Padilha e pelo PSDB de Geraldo Alckmin.
Retorne-se ao início: Maluf está de novo pendurado nas manchetes. Condenado pelo TJ paulista, diz-se que está inelegível por cinco anos. Os advogados de Maluf informam que recorrerão ao STJ e ao STF. E sustentam que ele pode, sim, pedir votos em 2014. O que, pela ilógica que impera no Brasil, parece inteiramente lógico.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.