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Aécio diz que PT roda software pirata no poder

Josias de Souza

11/11/2013 19h00

Christian Celeste/Divulgação

Aécio Neves inaugurou a semana com um desfile de suas pretensões presidenciais na capital gaúcha, Porto Alegre. Fez uma palestra na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Recitou uma série de raciocínios de efeito que vem repetindo, com pequenas variações, em diferentes oportunidades.

Insinuou que as administrações petistas são cópias mal ajambradas das duas presidências tucanas de FHC. "Quando o governo copiou, acertou. As privatizações foram demonizadas por muito tempo, mas agora o governo se curva a essa necessidade. Precisamos substituir o software pirata pelo original."

Alvejou Dilma naquilo que ela se considera melhor: a gerência. Na opinião de Aécio, o Brasil tornou-se um "grande cemitério de obras inacabadas e paralisadas" sob Dilma. "O Brasil precisa de gestão, ousadia e coragem para construir um projeto de país, e não de um projeto de poder."

Num instante em que Dilma tenta improvisar o 'Mais Médicos' como marca de uma gestão que chega à ante-sala da sucessão sem um diferencial, Aécio declarou que o governo de sua antagonista tem, sim, características nítidas: "O marco deste governo vai ser crescimento pífio, inflação alta, descontrole nas contas públicas e maquiagem fiscal."

Aécio repetiu em Porto Alegre uma frase que já integra o seu estoque de ironias. Defendeu a "reestatização da Petrobras" como forma de "tirar a empresa das garras do partido" da presidente e restabelecer sua condição de "instrumento do Estado brasileiro."

Aproveitou a viagem para visitar o senador Pedro Simon, estrela do PMDB gaúcho. No Rio Grande do Sul, o partido do vice-presidente Michel Temer torce o nariz para Dilma. Oscila entre Aécio e Eduardo Campos, o presidenciável do PSB.

Inquirido sobre o desempenho de Campos, Aécio disse que conta com o crescimento dele para levar a eleição ao segundo turno. Perguntaram-lhe também sobre o escândalo Alstom-Siemens, que enodoa a imagem do PSDB no Estado de São Paulo, berço da legenda. "Vamos passar ao largo disso. Não tem absolutamente nada a ver comigo." Resposta esquisita.

Investiga-se no maior colégio eleitoral do país o pagamento de propinas a políticos tucanos e servidores dos governos de três estrelas do PSDB: Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. Ao dizer "não tem absolutamente nada a ver comigo", Aécio declara, com outras palavras, que não se anima a levar a mão ao fogo pelas gestões tucanas de São Paulo.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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