‘Barbosa espetacularizou prisões’, diz advogado
Josias de Souza
17/11/2013 08h26
"Eu já suspeitava que o ministro Joaquim ordenaria as prisões na sexta-feira, feriado do Dia da República, como ele fez, ou na próxima quarta-feira, Dia da Consciência Negra", ironizou o advogado. "Mas não precisava exagerar na espetacularização. Até parece coisa de candidato."
Kakay chama de espetáculo "a mobilização de jato da Polícia Federal para voar de Brasília até São Paulo e Belo Horizonte com o único propósito de levar os presos à Capital da República". No dizer do advogado, a providência seria "absurda e desnecessária."
"É absurda porque os presos se entregaram e têm o direito de cumprir as penas nos seus Estados e no regime certo. Impor ao Zé Dirceu e a outras pessoas um regime mais gravoso por dois, três, cinco dias é uma violência sem precedentes. Só há uma justificativa para que essa violência ocorra: a espetacularização."
No julgamento do mensalão, Kakay atuou como defensor do marqueteiro Duda Mendonça e da sócia dele, Zilmar Fernandes. Ambos foram absolvidos. Mas o advogado diz que a amizade com Dirceu o impede de se desligar integralmente do caso .
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.