Governo investiga conta de Pizzolato na Suíça
Josias de Souza
17/01/2014 06h35
Condenado pelo STF a 12 anos e 7 meses de cadeia por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato, o ex-diretor petista do Banco do Brasil Henrique Pizzolato mantém uma conta bancária secreta na Suíça. Movimentou-a após fugir para o estrangeiro. Mas ainda conserva um saldo generoso. Coisa de € 1,8 milhão.
Os repórteres Andreza Matais, Felipe Recondo e Jamil Chade informam que, sob supervisão da Procuradoria da República, a Polícia Federal tenta chegar a Pizzolato refazendo o caminho do dinheiro. Os investigadores contam com o auxílio de autoridades suíças e da Interpol.
Para a PF, o fugitivo está mesmo na Itália. Esconde-se atrás de uma dupla cidadania ítalo-brasileira que torna improvável sua extradição. Pizzolato teve a prisão decretada em 15 de novembro. Só então constatou-se que ele havia tomado chá de sumiço. A existência da conta na Suíça indica que a fuga foi precedida de um planejamento financeiro.
No julgamento do Supremo, restou comprovado que Pizzolato embolsou pelo menos uma valeriana de R$ 326 mil. Em troca da propina, favoreceu com contratos milionários uma agência de propaganda que tinha Marcos Valério como sócio. Por meio desses contratos, desviaram-se para as arcas clandestinas do mensalão pelo menos R$ 74 milhões do Fundo Visanet.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.