A ministra Laurita Vaz, do TSE, mandou suspender a veiculação de uma inserção publicitária do PT. Estrelada por Dilma, a peça foi ao ar pela primeira vez em 6 de maio. Seria reexibida nesta quinta-feira (15). Mas a ministra determinou que o PT troque o comercial por outro. Deve-se a decisão a uma ação movida pelo PSDB.

O partido do presidenciável Aécio Neves acusou o PT de fazer propaganda eleitoral antecipada, proibida por lei. E Laurita concedeu a liminar pedida pelo tucanato, proibindo novas veiculações até que o caso seja definitivamente julgado pelo TSE.

A propaganda do PT, que deveria ter conteúdo institucional, não faria feio no horário eleitoral. Além de justapor as imagens de Dilma e Lula, a peça tenta grudar nela a logomarca da mudança. De resto, desqualifica os antagonistas ao insinuar que representam "um passo atrás para o passado ou um salto no escuro para o futuro".

Há um quê de hipocrisia nesse debate. O PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos também converteram suas propagandas partidárias, recém-exibidas, em vitrines para suas candidaturas presidenciais. O PT apenas leva a desfaçatez às fronteiras do paroxismo.

Para desassossego da oposição, o PT deve substituir a propaganda vetada pela ministra Laurita por outra peça que deixou indignada a oposição, aquela em que o partido de Dilma recicla a tática do medo, usada em eleições passadas contra Lula.