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Aldo: manifestação contra a Copa ‘é ignorância’

Josias de Souza

07/06/2014 21h18

"É um pouco de ignorância do que representa o futebol para o país", diz o ministro Aldo Rebelo (Esportes) sobre as manifestações contra a realização da Copa no país. "O futebol é, no Brasil, a primeira grande plataforma de promoção social dos pobres e dos negros", ele acrescenta. Aldo falou ao repórter Aldo Bombig. A conversa está disponível aqui. Abaixo, alguns trechos:

— As manifestações contra a Copa: É um pouco de ignorância do que representa o futebol para o país. O futebol é, no Brasil, a primeira grande plataforma de promoção social dos pobres e dos negros. Quando um país tão desigual na primeira metade do século passado conheceu a primeira celebridade, ela era pobre, mestiça, negra. Ela veio do futebol: Fausto, a maravilha negra da Copa de 1930, no Uruguai. Depois, vieram Friedenreich, Domingos da Guia, Leônidas da Silva, mais tarde Garrincha, Pelé, Didi. Essas pessoas se consagraram no país a partir do futebol. Devemos muito ao futebol.

— O azedume com o atraso nas obras de logística: Não sei o que o trem-bala tem a ver com a Copa, sinceramente. Como se a Copa fosse não um torneio de futebol, mas sim uma instituição internacional ou nacional encarregada de resolver os problemas do Brasil. Sinceramente, não compreendo assim. Temos torneios de tênis, campeonatos de vôlei, agora é a Copa que tem de resolver os problemas do Brasil?

— A preparação para a Copa: As providências para preparar o país para a Copa foram todas adotadas. Temos estádios maravilhosos, já testados. Não há nada mais moderno em todo o mundo. Temos investimentos em infraestrutura que melhoraram bastante a mobilidade urbana, temos os aeroportos. Nem todas essas obras foram entregues, mas as que não serão entregues até o dia 12 serão entregues logo depois, até o fim do ano. O país, agora, tem de respirar o clima da Copa.

— O cancelamento do discurso de Dilma e o medo de vaias: Não importa temer vaia. Vaia não mata ninguém. Jogador é vaiado, técnico é vaiado, jornalista é vaiado. [O comentarista] Chico Lang é esculhambado dentro dos estádios [risos]. Você já ouviu a saudação Chico Lang nos estádios?

— A final dos sonhos: O mundo merecia uma final Brasil e Argentina. Já tivemos Brasil e Alemanha, Brasil e Itália, Brasil e França… A Argentina tremeria. Uma  revanche contra a França também não seria mau negócio, não. Claro que, ao imaginar uma final, a gente se imagina ganhando, porque imaginar derrota dá uma tristeza. O Brasil perder da França ou da Argentina em casa seria uma anomalia estatística. Contra a Argentina ou contra a França numa final – até mesmo contra a Alemanha –, seríamos favoritos.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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