Marina Silva voou de São Paulo para Recife neste sábado. Foi acompanhar o velório e o funeral de Eduardo Campos. Durante o voo, a repórter Mariana Sanches questionou-a sobre os rumos que o PSB tomará depois da morte do seu presidenciável. Marina foi lacônica, mas deu a entender que não se esquivará de assumir a cabeça da chapa. "Tenho senso de responsabilidade e compromisso com o que a perda de Eduardo nos impõe", disse.

Instada a comentar o fato de não ter embarcado no jato que caiu em Santos, matando Campos e outras seis pessoas, a evangélica Marina evocou o poder Supremo. Lembrando que a mulher, o filho e um sobinho de Campos —Renata, Miguel e Molina— também não embarcaram na aeronave, Marina declarou: "Penso que existe uma providência divina em relação a mim, ao Miguel, a Renata e ao Molina."

Marina falou pouco durante o voo, que teve duração de cerca de três horas. Com um fone plugado no celular, ouviu a pregação de Ananias. Manuseando uma Bíblia, leu o célebre Salmo 23. Diz o seguinte: "O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam."

A candidatura presidencial de Marina será formalizada em reunião da Executiva do PSB, marcada oara quarta-feira. O partido indicará um novo cadidato a vice-presidente. O favorito à vaga é o deputado gaucho Beto Albuquerque, atual líder do PSB na Câmara.