Só a mãe de Dilma poderia salvar a Petrobras
Josias de Souza
07/09/2014 06h27
"Gostaria de saber direito quais são as informações prestadas nessas condições. E asseguro que tomarei todas as providências cabíveis", disse Dilma. "Não com base em especulações. Acho que as informações são essenciais e são devidas ao governo. Caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas."
O Planalto de fachada progressista resultou em lucrativos negócios para as más companhias da presidente. A exemplo do que sucedera sob Lula, a convivência com Dilma propiciou a coronéis partidários um extraordinário merchandising. Algo que lhes permitiu fazer o pior o melhor possível.
O que falta a Dilma não é talento gerencial, mas uns bons conselhos de mãe. Imagine-se como seria diferente o destino da República se a presidente ouvisse mais a sua mãe. Um chefe de governo pode conviver com meia dúzia de Renans por obrigação protocolar, até por uma visão distorcida do que seria a governabilidade. Qualquer mãe entenderia isso.
Mas ir atrás dos Renans, cortejar os Renans, confiar a viabilidade de um governo e os negócios de suas estatais aos Renans… Já que o Lula falhou, alguém precisa assumir o papel de mãe da presidenta. Só para ligar de vez em quando. E dizer: "Afaste-se dos Renans, minha filha. É para o seu próprio bem. Afaste-se!"
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.