Lava Jato engolfa planos de Renan, crê governo
Josias de Souza
07/11/2014 05h19
Diferentemente do que sucede na Câmara, onde Eduardo Cunha cabala votos à luz do sol, Renan hesita em deflagrar o processo no Senado. Político à moda antiga, o cacique do PMDB alagoano não tem o hábito de declarar o seu desejo de poder. Prefere difundir a lorota segundo a qual o cargo é um calvário que não se postula. E fica esperando ser "convocado" pelos correligionários.
O Planalto receia que, dessa vez, a estratégia não funcione. Trabalha-se com a perspectiva de que, quando puderem soar em público a plenos pulmões, as vozes da delação do caso Petrobras proporcionarão a Renan bem mais do que meros constrangimentos. Quem colocar no lugar?, eis a pergunta que a turma de Dilma tenta responder. Busca-se uma alternativa do próprio PMDB. Além de um nome, falta ao governo o essencial: avisar ao Renan.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.