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Manobra fiscal: sem gol de mão, governo perde

Josias de Souza

19/11/2014 20h06

Decidido a aprovar rapidamente o projeto que autoriza Dilma Rousseff a fechar as contas de 2014 no vermelho, o bloco governista exagerou. Na sessão da Comissão de Orçamento realizada na noite de terça-feira, os aliados de Dilma prevaleceram numa sessão muito parecida com briga de boteco de quinta categoria. A ameaça da oposição de recorrer ao STF produziu um recuo.

O projeto foi a voto novamente na tarde desta quarta-feira (19), dessa vez dentro das regras. Deu-se, então, o inusitado. Ultramajoritário, o governo não conseguiu arrastar para a comissão a infantaria necessária. Para encurtar os prazos de tramitação da manobra fiscal, precisava de 18 votos na Câmara. Obteve apenas 15.

Há no resultado um cheiro de recado do PMDB. Seja como for, ficou demonstrado que, sem gol de mão, o time de Dilma precisa de estímulos adicionais para se mobilizar.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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