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Procuradoria afirma que não repassará informações sob sigiloso para Dilma

Josias de Souza

22/12/2014 19h42

Em café da manhã com jornalistas, Dilma disse que consultará Janot antes de nomear ministros

Dilma Rousseff não obterá do Ministério Público Federal, como deseja, subsídios para nortear a escolha dos seus futuros ministros. Num encontro de final de ano com jornalistas, a presidente disse nesta segunda-feira (22) que pretende ouvir o procurador-geral da República Rodrigo Janot sobre os candidatos à Esplanada. "Qualquer pessoa que for indicar, vou consultar", explicou. "Vou perguntar o seguinte: há alguma coisa contra fulano que me impeça de nomeá-lo?"

O blog ouviu a Procuradoria. Em manifestação oficial, o gabinete do procurador-geral informou que ainda não recebeu nenhuma consulta de Dilma. Mas, de antemão, esclareceu dois pontos: 1) a lei proíbe os membros do Ministério Público de prestarem consultoria; 2) Rodrigo Janot não compartilhará informações contidas em processos que correm sob segredo judicial.

Janot já havia indeferido em setembro pedido de Dilma para ter acesso aos depoimentos prestados sigilosamente pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que fechou com o Ministério Público um acordo de delação premiada. Dedurou políticos. A requisição de Dilma foi formalizada pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

Em ofício a Cardozo, Janot explicou que a lei que regula a delação obriga que os depoimentos permaneçam em sigilo até que a Justiça converta os processos em ações penais. No caso da Operação Lava Jato, que apura a corrupção na Petrobras, a decisão sobre o envio dos agentes políticos ao banco dos réus cabe ao STF. O relator da encrenca é o ministro Teori Zavascki.

Na semana passada, Janot informou que só em fevereiro, depois do término do recesso do Judiciário, irá encaminhar ao Supremo os pedidos de diligências ou eventuais denúncias contra os políticos  pilhados recebendo propinas na Petrobras. Dilma diz que escolherá seus minsitros até o próximo dia 29.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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