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Eduardo Cunha cogita abrir CPI do setor elétrico

Josias de Souza

08/03/2015 12h22

Convencido de que se encontra no meio de uma guerra que tem o Palácio do Planalto na trincheira oposta, o deputado Eduardo Cunha informou a membros de sua infantaria qual será seu próximo movimento no front. O presidente da Câmara pretende instalar na Casa uma nova CPI. Foi solicitada pelo PSDB num requerimento endossado por 172 deputados, um além do mínimo exigido pelo regimento. Destina-se a apurar irregularidades no setor elétrico.

Cunha e seus combatentes enxergaram o potencial da nova CPI ao tomar conhecimento do curto-circuito que Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa, está prestes a provocar. Detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o executivo da empreiteita entendeu-se com os procuradores da Operação Lava Jato para virar um delator.

Avancini mostrou-se disposto dar detalhes sobre um suposto pagamento de cerca R$ 100 milhões que a Camargo Corrêa teria feito para cavar contratos no canteiro da usina hidrelétrica de Belo Monte, um dos diamantes do Programa de Aceleração do Crescimento. Na versão do novo delator, o dinheiro teria sido rateado entre o PT e o PMDB.

De resto, o tucanato pretende com sua CPI levar à alça de mira a própria Dilma. Conforme anotado no pedido de investigação, o PSDB quer varejar as causas, as consequências e os responsáveis pela "desestruturação do setor elétrico" a partir de 2004, quando a atual presidente da República respondia pela pasta de Minas e energia.

Dilma concovou para a manhã desta segunda-feira uma reunião destinada a analisar a conjuntura e esboçar uma estratégia capaz de retirar seu governo do córner. O rol de temas para essa conversa já é vasto —da descoordenação do Planalto à conflagração da tropa. Eduardo Cunha oferece mais matéria-prima para o debate.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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