PMDB e os ministérios: assumir ou extinguir?
Josias de Souza
16/04/2015 22h40
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Pelo discurso que ostenta e pela atitude que adota o PMDB é a contradição de si mesmo. Nesta quinta-feira, o paradoxo foi elevado à última potência. No instante em que Henrique Eduardo Alves assumia o Ministério do Turismo, no Planalto, celebrava-se na Câmara um acordo para votar em cinco dias, na Comissão de Constituição Justiça, a proposta de Eduardo Cunha que reduz de 39 para 20 o número de ministérios.
Isso é que é partido eficiente. Ele mesmo critica o excesso de ministérios, ele mesmo pressiona o governo para controlar as pastas, ele mesmo apresenta a emenda que enxuga a Esplanada. Se Brasília fosse uma cozinha, o PMDB colocaria o açúcar na lata de sal, com um adesivo na frente onde se lê café.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.