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PSDB acusa Petrobras de ‘destruição de provas’

Josias de Souza

01/05/2015 03h17

A notícia de que foram destruídas as gravações de reuniões do Conselho de Administração da Petrobras deixou intrigados os tucanos. "Estamos diante de um típico caso de destruição de provas", disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). "O partido usará de todos os meios legais possíveis para esclarecer esse episódio."

Após conversar sobre o tema com o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, Cunha Lima informou: além das cobranças que serão feitas na CPI da Petrobras, o partido cogita protocolar na Procuradoria-Geral da República, na semana que vem, um pedido de investigação para esclarecer as circunstâncias que envolveram a eliminação do áudio e das imagens das reuniões do Conselho da estatal.

Em resposta a um pedido de informações feito pelo Estadão, a Petrobras confirmou ter destruído as gravações. Foram para o beleléu inclusive os arquivos eletrônicos de reuniões que aprovaram decisões que agora estão sendo investigadas na Operação Lava Jato. Entre elas a compra da refinaria texana de Pasadena, que resultou num prejuízo estimado em US$ 792 milhões.

Destruíram-se inclusive os registros de reuniões presididas por Dilma Rousseff. Ela comandou o Conselho da Petrobras entre 2003 e 2010, sob Lula. Nesse período, Dilma foi ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil.

A CPI e o TCU já haviam requisitado as gravações à Petrobras. A estatal empurrava os pedidos com a barriga. A CPI chegou mesmo a fixar um prazo para o envio do material. Vence na próxima segunda-feira (4).

"Não faz o menor sentido gravar as reuniões para depois apagar as gravações", disse Cunha Lima. "É preciso que isso seja esclarecido." A Petrobras informa que as gravações são destruídas depois que ficam prontas as atas das reuniões. Essas atas, porém, são meros resumos do que sucedeu a portas fechadas.

A estatal alega que o procedimento está previsto no Regimento Interno do Conselho de Administração. Instada a exibir o documento, a Petrobras fechou-se. Sustenta que o regimento contém normais sigilosas.

Alega que de aniquilamento das a perda Petrobras informou que a destruição está prevista no Regimento Interno do Conselho de Administração. Mas, questionada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", a Gerência de Imprensa não apresentou o documento. A reportagem também o solicitou à secretaria responsável por auxiliar o Conselho de Administração. O órgão informou que a norma é sigilosa.

"Não faz sentido", disse Cunha Lima. "É preciso investigar tudo isso. E nós, do PSDB, vamos às últimas consequências."

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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