Topo

Tratado pelo PT como lavanderia, o TSE reagiu

Josias de Souza

21/08/2015 23h04

A pseudo-explicação do PT para as verbas sujas que migraram dos cofres da Petrobras para a caixa registradora do partido —"foi tudo declarado à Justiça Eleitoral"— transformou o TSE numa inusitada lavanderia. Nesta sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes mandou a Procuradoria-Geral da República investigar os indícios de que a campanha reeleitoral de Dilma Rousseff foi financiada por petropropinas. Demorou! Apurar é o mínimo a ser feito.

Pelo menos três delatores do petrolão —o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o executivo da empresa Toyo Setal Augusto Ribeiro de Mendonça Neto— contaram aos procuradores da Lava Jato que parte da dinheirama roubada da Petrobras foi repassada ao PT disfarçada de doação oficial.

Outro delator, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, estimou em até US$ 200 milhões o montante de propinas amealhado pelo PT apenas na diretoria que era comandata por Renato Duque, um preposto de José Dirceu.

Coordenador do cartel da pilhagem, o empreiteiro-companheiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, contou à Procuradoria que um pedaço do butim foi convertido num pixuleco de R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma. E a presidente reeleita: "Não respeito delator" E o PT: "Tudo legal, incluído na prestação de contas ao TSE".

A contabilidade do PT despejou nos escaninhos do TSE um amontoado de cifras malcheirosas. Diante delas, o pior cego é o que não tem olfato. Com o pedido de investigação de Gilmar Mendes, a Justiça Eleitoral começou a abrir as narinas.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Tratado pelo PT como lavanderia, o TSE reagiu - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


Josias de Souza