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Votação de vetos vira teste decisivo para Dilma

Josias de Souza

21/09/2015 04h15

Presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros marcou para a noite desta terça-feira (22) a votação de 32 vetos presidenciais. Três são especialmente delicados para o governo. Num, Dilma Rousseff barrou o reajuste salarial de até 78,56% que os congressistas haviam concedido aos servidores do Judiciário. Noutro, ela brecou a correção de todas as aposentadorias pelo mesmo índice do salário mínimo. No terceiro, invalidou a troca do fator previdenciário por uma fórmula mais generosa para os candidatos ao pijama.

Se mantiverem os vetos de Dilma, deputados e senadores sinalizarão ao país que se arrependeram de aprovar o que o governo chama de 'pautas-bomba' e estão dispostos a ajudar Dilma a superar a crise em que ela mergulhou a economia do país. Se derrubarem os vetos, os congressistas religarão as bombas e dirão à presidente que o mandato dela subiu no telhado. Ou Dilma mobiliza sua infantaria para salvar os vetos ou ficará demonstrado que ela já não dispõe de tropa para aprovar o ajuste baseado na volta da CPMF. Algo que levará água para o moinho do impeachment.

Sem a ajuda do vice-presidente Michel Temer, que se afastou da articulação política do governo, Dilma enviou ao front o ministro petista Ricardo Berzoini (Comunicações). Auxiliado por Giles Azevedo, assessor especial da presidente, Berzoini encostou a barriga no balcão. Logo, será possível verificar se, no toma-lá-dá-cá, o ministro deu o bastante para receber. Nesta segunda-feira (21), véspera do combate, Berzoini deve exibir o mapa da guerra na reunião de Dilma com os membros da sua coordenação de governo.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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