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Excesso de lama desafia a paciência nacional

Josias de Souza

23/11/2015 03h03

A volta das ruas para casa indica que as mazelas do Brasil, por ininterruptas, produziram uma espécie de vacina contra o saco cheio dos brasileiros. Cada novo infortúnio reforça os anticorpos que protegem a sensatez nacional, convertendo indignação em resignação. Difícil sobreviver em meio ao caos sem algum tipo de imunização. O problema são os germes desconhecidos, que desafiam a paciência e as defesas do organismo.

A devastação produzida pela lama que vazou no rompimento da barragem de Mariana (MG), empurrou o brasileiro para o território do inimaginável. A plateia estava imunizada contra a lama metafórica da Lava Jato e os resíduos tóxicos da estagflação. Mas não estava preparada para a lama literal que atravessou Minas, invadiu o Espírito Santo e foi dar no mar, arrastando um magma de morte, descaso ambiental, inépcia estatal e irresponsabilidade empresarial. Será difícil achar uma vacina capaz de transformar isso tudo em algo banal.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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