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PMDB avalia que impeachment ‘ganhou pernas’

Josias de Souza

22/03/2016 05h12

O vice-presidente Michel Temer e seus seguidores passaram a se guiar por uma máxima atribuída ao senador paraense Jáder Barbalho: "O fato político, quando ganha pernas, perde a cabeça." Por esse prisma, as ruas deram pernas ao impeachment. E o melhor que Temer tem a fazer no momento é nada. Sob pena de subverter um outro ditado segundo o qual a política é como fotografia —se mexer muito não sai.

Temer decidiu impor a si mesmo um prazo: 29 de março. Nesse dia, o PMDB reúne em Brasília o seu diretório nacional para decidir sobre o rompimento com o governo. Até lá, o discurso de Temer será aguado. Sua ação, evasiva. Não quer dar motivos nem para que a oposição o acuse de indeciso nem para que o governo grude nele a pecha de conspirador.

Um dos integrantes do grupo de Temer se diverte: "No momento, tudo o que o Michel tem a fazer é se trancar no Jaburu e só sair de lá para alimentar as emas que passeiam pelo gramado." Convém desperdiçar um naco do tempo do vice com rezas e mandingas. Com tantas delações pairando sobre a Lava Jato, nada impede que uma delas caia sobre o gramado do Jaburu.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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