Ascensão de Dória reforça projeto Alckmin-2018
Josias de Souza
27/09/2016 10h12
Alckmin atravessou Doria na traqueia de alguns dos principais líderes do tucanato paulista —entre eles Fernando Henrique Cardoso e José Serra, que apoiavam Andrea Matarazzo. Antes de arrastar suas fichas, o governador paulista muniu-se de pesquisas que apontavam seu afilhado como um poste leve, com baixas taxas de rejeição e boas perspectivas de crescimento.
Doria tem a exata noção do seu papel. Na semana passada, ao despontar no Datafolha pela primeira vez numericamente à frente dos seus rivais, o poste discursou num ato de campanha com os olhos voltados para o gerador de onde vem sua energia: "Venho para ajudar a consertar, junto com as pessoas de bem, como o governador Geraldo Alckmin. Que, se Deus quiser, com a nossa força e a nossa vitória, vai ser conduzido, sim, à Presidência da República em 2018."
Disputam com Alckmin a vaga de presidenciável do PSDB o senador Aécio Neves, cujo prestígio está enganchado em inquéritos da Lava Jato, e o ministro José Serra, que também já foi citado em delações tóxicas e tem o velho sonho de chegar ao Planalto condicionado ao êxito da presidência-tampão de Michel Temer.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.