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Invadir a Câmara para pedir ditadura é atentado

Josias de Souza

16/11/2016 19h03


A loucura tem razões que a sensatez desconhece. Um grupo de cerca de 50 pessoas invadiu o plenário da Câmara. Os manifestantes quebraram uma porta de vidro. Apossaram-se da Mesa Diretora. Gritaram o nome de Sérgio Moro. Assim, meio na marra, monopolizaram as atenções. Puderam, então, dizer o que desejam. Coisas como a volta da ditadura e a abertura de um tribunal militar para julgar corruptos.

Não era propriamente uma manifestação. Tratava-se de um atentado contra a lógica. Fora de si, os revoltosos mostraram o que têm por dentro. Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente da Câmara, mandou prender os invasores. Logo estarão soltos. Pena! Deveriam ser condenados a frequentar aulas de iniciação à civilidade.

Talvez aprendessem a diferença entre democracia e ditadura. Na democracia, os insatisfeitos gritam insanidades dentro do prédio do Legislativo. Na ditadura, se perguntarem o que acham do Brasil, terão de responder, sem hesitação: "Não posso me queixar."

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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