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Governistas armam uma estratégia para desvincular caso Renan e PEC do teto

Josias de Souza

07/12/2016 03h21

Em combinação com o Planalto, a bancada governista do Senado deflagrou uma estratégia para tentar salvar o calendário que prevê a votação final da chamada 'PEC do teto' antes do início do recesso parlamentar. Deseja-se desvincular a tramitação dessa emenda constitucional do desfecho da crise que engolfa o presidente do Senado. O governo se equipa para aprovar na próxima terça-feira (13) a proposta que congela os gastos da União —com ou sem Renan Calheiros no comando.

Aprovada na Câmara, a emenda do teto já foi referendada pelo Senado num primeiro turno de votação. Falta o segundo turno. Para acomodar a aprovação definitiva da matéria sob a árvore de Natal de Michel Temer, os partidos governistas precisam assegurar a realização de três sessões de debate no plenário do Senado. Trata-se de exigência regimental.

A primeira sessão ocorrerá na noite desta quarta-feira (7). Curiosamente, foi convocada não por Renan, mas pelo petista Jorge Viana (AC), primeiro-vice-presidente do Senado. A novidade foi confirmado ao blog na noite passada por dois senadores: José Anibal (SP), vice-líder do PSDB; e Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM.

"Tem uns petistas tentando inviabilizar a sessão", disse Aníbal (SP). "Mas nós vamos fazer essa sessão. Começará às 18h. E haverá quórum, pode ter certeza." Caiado ecoou: "A pauta do Senado não é do PT. Num plenário de 81 senadores, a oposição só tem 14 votos. Vamos exercer a vontade da maioria. É preciso pensar no país, oferecendo ao governo ferramentas para combater a crise. E o teto é vital."

Se a tática do governo funcionar, as outras duas sessões exigidas pelo regimento ocorrerão nesta quinta-feira (8) e na própria terça-feira (13), antes da votação da emenda do teto. Na hipótese de o petista Jorge Viana assumir o comando do Senado e decidir obstruir, o governo ligará o trator.

"O Jorge Viana já marcou a sessão desta quarta e vai marcar a de quinta também", disse José Aníbal. "Se ele não marcar, o Romero Jucá marcará." Líder do governo no Congresso, Jucá (PMDB-RR) é o segundo-vice-presidente do Senado. "O risco de não votarmos o teto na terça-feira da semana que vem é zero."

Para Caiado, "qualquer membro da Mesa Diretora do Senado pode abrir e presidir as sessões." O líder do DEM acrescenta: "Temos mais de 60 votos. Daremos quórum e garantiremos a aprovação. Esse esforço reúne DEM, PSDB, PPS, PSB, PMDB…"

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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