Topo

Virtual delator, Eike tem munição pluripartidária

Josias de Souza

26/01/2017 19h57


Ex-frequentador da lista da Forbes de personalidades mais ricas do planeta, Eike Batista teve o nome lançado numa relação menos prestigiosa —a de procurados da Interpol. Estaria em Nova York. Seu advogado sustenta que o cliente se entregará. Preso, será recolhido a uma cela comum, já que não dispõe de diploma universitário. Esse contexto faz do ex-bilionário um potencial delator.

Alcançado por um braço da Lava Jato no ano passado, Eike ofereceu um depoimento espontâneo aos investigadores (assista acima). Nele, dedurou o ex-ministro petista Guido Mantega (Fazenda) como intermediário de uma mordida de R$ 5 milhões. Dinheiro destinado a pagar uma dívida da campanha de Dilma Rousseff com o casal da marquetagem João Santana e Monica Moura.

Pilhado agora num relacionamento monetário promíscuo com o ex-governador fluminense Sérgio Cabral, Eike insinua que pode abrir o bico novamente. Entretando, sua posição é menos confortável. Se quiser virar um colaborador da Justiça, Eike terá de delatar por pressão o que não entregou por opção no ano passado. Há certa apreensão nos grandes partidos.

Afora o detalhamento das propinas que pagou ao PMDB de Cabral e ao PT, Eike Batista terá fornecer, por exemplo, algo que mencionou no seu depoimento "espontâneo". Ele disse: "Nós temos a lista das contribuições de campanha…" Mais uma lista na vida do ex-bilionário da Forbes, agora procurado pela Interpol. Suspeita-se que seja vasta. Além de petistas e peemedebistas, inclui tucanos e outros exemplares da fauna política.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Virtual delator, Eike tem munição pluripartidária - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


Josias de Souza