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Temer pede 5 dias para provar honradez. Humm!

Josias de Souza

06/06/2017 18h41

Michel Temer teve um dia de prazo para rebater as suspeitas e insinuações escondidas atrás das 82 perguntas que recebeu da Polícia Federal. A julgar pelo teor das questões, a honestidade é uma virtude que os investigadores suspeitam que o presidente da República não possui. E a defesa de Temer informou ao Supremo Tribunal Federal que o presidente precisa de pelo menos quatro ou cinco dias para demonstar sua honradez.

Em petição endereçada ao ministro Edson Fachin, do STF, os advogados de Temer anotaram: "Em face da complexidade e da surpreendente quantidade dos quesitos formulados (82), entende-se ser absolutamente impossível e contrário ao princípio da razoabilidade exigir-se uma manifestação do sr. presidente da República no exíguo prazo de 24 (vinte e quatro) horas. […] o sr. presidente da República considera que estará habilitado para a análise e para a deliberação sobre as questões ofertadas até o final da presente semana (dias 9 ou 10)."

Os doutores esclareceram que não será tarefa simples para o presidente responder por escrito ao interrogatório da PF. "A análise de cada uma das oitenta e duas indagações imporá um grande esforço de S. Excelência, que não poderá descuidar das obrigações inerentes ao cargo, dentre as quais a de cumprir a sua carregada agenda, marcada por compromissos que lhe ocupam mais de quinze horas por dia."

O ministro Fachin esticou o prazo concedido a Temer até sexta-feira. Quer dizer: Temer pediu até cinco dias e levou quatro. O brasileiro comum, depois de assistir nos telejornais noturnos aos pronunciamentos em que Temer esbravejou contra o delator falastrão Joesley Batista, recriminando-o por gravar clandestinamente um presidente de bem, ouve uma voz que vem do fundo da consciência: "Cinco dias para demontrar que não fez nada de errado?!?!? Hummmmmm!!!!"

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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