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Nova brincadeira de Bolsonaro: ‘Vamos fuzilar...’

Josias de Souza

03/09/2018 20h02

Jair Bolsonaro está revolucionando o conceito de "brincadeira". No último sábado, o candidato voltou a brincar com as palavras em Rio Branco, a capital do Acre. Após manusear o tripé de uma câmera como se fosse um fuzil, o capitão declarou: "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas para correr do Acre. Já que gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir para lá. Só que lá não tem nem mortadela. Vão ter que comer capim mesmo".

Nesta segunda-feira, a coligação presidencial encabeçada pelo PT protocolou no Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra Bolsonaro. Acusa-o de cometer três crimes: injúria eleitoral, ameaça e incitação ao crime. Pede a abertura de um inquérito. O caso aterrissou na mesa do ministro Ricardo Lewandowski.

Antes de deliberar, Lewandowski encomendou a manifestação da Procuradoria-Geral da República. A mesma Procuradoria que guerreia na Primeira Turma do Supremo para enviar Bolsonaro ao bando dos réus no processo em que ele é acusado de incitar o estupro por ter declarado que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece".

A retórica de Bolsonaro às vezes soa tão violenta que as cenas de campanha parecem ensaiadas para descansar a plateia, preparando-a para as mutilações que virão mais tarde, caso o capitão chegue à presidência da República.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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