Ao ser informado sobre a decisão que resultou na redução de sua pena para oito anos e dez meses de prisão, Lula se absteve de comemorar. Declarou que o julgamento da 5ª turma do Superior Tribunal de Justiça, como os anteriores, foi "político". E acusou os quatro ministros que participaram da sessão de "combinar os votos". Disse que sua pena "tem que ser zero."

As reações de Lula foram transmitidas pelo deputado estadual do PT de São Paulo Emídio de Souza, que o visitou na cela especial da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Segundo o relato de Emídio, o presidiário afirmou: "Da mesma forma que eu fui julgado politicamente, […] vou ser libertado politicamente, pela luta do povo brasileiro."

Não é a primeira vez que Lula acusa magistrados de combinar votos. Quando o TRF-4 confirmou a sentença do então juiz Sergio Moro no caso do tríplex, elevando a pena para 12 anos e um mês, o líder máximo do PT dissera algo semelhante: "Construíram um cartel para dar uma sentença unânime": a elevação da pena de 9 anos e dez meses para 12 anos e um mês.

Foi essa senteça unânime que o STJ reformou agora, reduzindo para 8 anos e dez meses. "Não foi uma coincidência os juízes jogarem todos do mesmo jeito", disse Emídio de Souza, ecoando Lula ao transmitir para militantes petistas o que ouvira dele. "Eles tinham uma combinação, como já tiveram no TRF-4, em janeiro de 2018, quando condenaram por três a zero."

Como se vê, a despeito ter sido convertido num corrupto de terceira instância, Lula continua determinado a viver num Brasil alternativo, onde nada do que foi descoberto sobre ele aconteceu.