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Coaf: Ao prestigiar Moro, Planalto desafia centrão

Josias de Souza

06/05/2019 14h22

O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) pediu ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) que mantenha o Coaf na estrutura do Ministério da Justiça. E Bezerra, que negociava com os partidos do Centrão a devolução do órgão que fiscaliza movimentações bancárias para a pasta da Economia, recuou. Mas avisou: para manter o Coaf sob as ordens de Sergio Moro, é preciso obter votos no Legislativo.

Relator da medida provisória editada por Jair Bolsonaro para reduzir o número de ministérios a 22 e redesenhar a estrutura do governo, Bezerra seguirá a voz de comando do Planalto. No seu relatório, o Coaf será mantido no organograma da Justiça. Líder do PP na Câmara, o deputado Arthur Lira (AL), uma das principais vozes do centrão, vem dizendo desde a semana passada que a volta do Coaf para a pasta da Economia é jogo jogado, queira o Planalto ou não.

Agora, é preciso saber que tipo de jogo deseja fazer Jair Bolsonaro. Eis a interrogação a ser respondida: o presidente fará apenas jogo de cena para acalmar Sergio Moro ou pegará em lanças pelos votos? A briga terá três rounds. Um na votação da comissão especial em que Bezerra faz o papel de relator. Outro no plenário da Câmara. Um terceiro no plenário do Senado.

Sempre que deseja fustigar o governo Bolsonaro no Congresso, o centrão junta-se à oposição, tornando-se majoritário. No caso do Coaf, essa aliança está esboçada. Para desfazê-la, o Planalto terá de encostar a cintura no balcão. Ou seja: dependendo do resutado das votações, será preciso saber quanto custou a manutenção do órgão na pasta de Sergio Moro.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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